Amo crianças, tive e tenho crianças na minha vida e atendo pais e crianças. Então, resolvi falar de mim um pouquinho e talvez de alguma maneira acolher algumas mães ou aqueles e aquelas que desempenham esse papel.
Eu vou falar de mim, sempre sabia quando havia concebido uma nova vida e transformava todos meus hábitos se necessário. Quando os pegava em meus braços sentia literalmente o peso do amor e dou até hoje a minha vida por eles se preciso. Sono de qualidade? – Por um tempo saía do meu vocabulário. Comer? – Chamaria de engolir, muitas vezes com eles no colo e no meu caso, embalando outro no carrinho em alguns momentos. Carreira? – Interrompi e depois me reinventei (não que aconselhe). Sempre dei o melhor de mim, aliás, quem era “mim? ” –Mãe!
Amamentar? –Quando consegui por mais tempo, o filho era alérgico.
Fraldas? – Eram de pano!
Entre preocupações e muito trabalho, muitas gracinhas, risos, choro, joelhos ralados, antibióticos e até empurrões e disputa por brinquedos. E eu? – Sempre ali, tentando acertar, mas errando muitas vezes. Só que eu me desculpava, dialogava e começava tudo outra vez. Como eram três, teve uma época, que eu saía cada fim de semana com um, e depois com dois, três e começava com um…. Porque cada um exigia de mim e da vida de um jeito. E não é sobre amor que falo aqui. É sobre individualidade, exigências e também tendências que eu percebia que tinha que tolher. Afinal, dever de mãe é educar e não é tarefa simples. Não era, até mesmo por eu ser complexa, diferente e tinha que arrumar uma forma de encaixar o côncavo e o convexo para que meus filhos se tornassem melhores que eu pelo meu exemplo, empenho, desempenho e amor. Eles me chamavam de “sargento”, mas teve um dia que a patente subiu, passei a “capitona”! A coisa era séria e se comunicavam entre eles: – Olha, ela vestiu a farda! Logo em seguida todos estavam marchando (risos).
Romântico? – Que nada, era meio bobo (risos)! Se eu faria tudo de novo? – Uma das minhas maiores certezas, sim!
Receita de bolo? – Não existe!
E hoje? – Sou dona de um orgulho bom e continuo aprendendo muito, muito mesmo com eles.
Uma mãe, avó, profissional, um ser humano
Ionara